Depressão pós-parto X Depressão comum – qual a diferença entre elas?

Depressão pós-parto X Depressão comum

Você já deve ter ouvido falar e talvez até conheça alguém que teve depressão pós-parto ou depressão comum. Para entender melhor o funcionamento dessas doenças é importante saber qual a diferença entre elas. Na prática, elas têm alguns sintomas parecidos e até mesmo o tratamento para ambas é similar. Há, porém, uma causa distinta e sinais que podem levar à diferenciação entre os dois casos. No entanto, um dos pontos em comum é que ambas as doenças podem e devem ser avaliadas por um psicólogo, que vai orientar a melhor forma de trata-las.

Há muitas mães que sentem um pouco de tristeza e irritabilidade logo após o nascimento do bebê. A melancolia é passageira e, geralmente, difícil de explicar. Alguns dias depois do parto, no entanto, o humor tende a melhorar. É que o organismo da mulher vive, durante a gravidez, uma revolução hormonal, que pode trazer alterações para o sistema nervoso central. Essa situação é relativamente normal e não caracteriza a depressão pós-parto.

Como identificar a depressão pós-parto

Mas, se os sentimentos descritos acima ficarem mais intensos conforme passam as semanas pós-parto e a mãe se sente incapaz de exercer tarefas básicas como amamentar o bebê, cuidar da casa e conviver com as visitas, os sintomas devem ser avaliados por um médico ou psicólogo.

Algumas horas depois de darem à luz, o nível hormonal das mulheres cai vertiginosamente e este pode ser o fator que desencadeia a depressão pós-parto. As estatísticas demonstram que mulheres com histórico de depressão têm mais chances de desenvolver a depressão pós-parto, que se instala lentamente, em média, de quatro a seis semanas depois do parto.

Quando a avaliação psicológica indicar um quadro depressivo mais intenso, será necessário tratamento associado a medicamentos – podendo ser os mais antigos, como os tricíclicos ou os mais modernos, como os inibidores de recaptura da serotonina. Por isso, a consulta com o psiquiatra é importante para que, junto com o psicólogo, ele possa cuidar desta paciente de forma colaborativa.

Sintomas que indicam a depressão

Além do total desinteresse pelas coisas que antes eram motivo de satisfação e alegria, outros sintomas comuns aos dois tipos depressão são sonolência, fadiga, falta de energia durante o dia todo, ausência de desejo sexual, alterações do apetite para mais e para menos, insônia ou sono em demasia, angústia, falta de concentração e ansiedade. É comum, ainda, a mulher ter ataques de pânico e apatia exagerada não somente em relação ao bebê, mas também ao marido e outros filhos.

Vale lembrar que a depressão pós-parto pode aparecer no nascimento do primeiro filho e/ou também nas outras gestações. Este ponto de reincidência também aparece na considerada depressão comum. Em 50% dos casos, quem teve depressão uma vez na vida vai repetir o quadro em algum outro momento, mesmo que passados muitos anos da primeira ocorrência.

Psicoterapia contribui para o tratamento da depressão

Outro aspecto presente tanto na depressão pós-parto quanto na depressão comum é que, em ambas, a psicoterapia também ajuda no tratamento. As duas são provocadas não só por condições biológicas, mas também fatores sociais e familiares envolvidos. São esses temas que serão conversados durante a terapia com o psicólogo.

Ao contrário da depressão pós-parto, que tem como causa a desorganização hormonal provocada pela gravidez e pelo próprio parto, a depressão comum não tem apenas um fator desencadeador. Pode aparecer após uma perda significante de um ente querido, um estresse levado ao limite, um componente puramente químico ou até nenhuma causa aparente.

Se você ou alguma pessoa próxima tiver os sintomas da depressão pós-parto ou da depressão comum, não hesite em consultar um psicólogo.

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