O que as redes sociais têm a ver com a depressão?

Redes Sociais e Depressão

Vivemos uma época em que muitas amizades são virtuais, as compras são feitas pela internet, os filmes são vistos individualmente, no computador pessoal e os jogos são realizados com pessoas à longa distância. Ou seja: a interação, o olho no olho, o toque e a presença física de outras pessoas se tornam cada vez mais dispensáveis na nossa rotina. O resultado disso? Pode não parecer, mas estamos mais sozinhos. As redes sociais vêm se tornando um vício, criando uma geração de pessoas isoladas, individualistas e, pior, tornando-as mais deprimidas. Sim, porque existe uma linha bastante tênue entre o uso abusivo da rede social e depressão. Quando esse vício e isolamento fogem do controle, entra a necessidade da ajuda de um psicólogo.

Rede Social e Depressão

Na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, pesquisadores analisaram o comportamento de 1,8 mil pessoas avaliando os acessos diários delas às redes sociais e quanto tempo passavam navegando. Concluíram que os mais viciados têm quase o triplo de chances de desenvolver depressão, uma vez que o abuso na interação virtual aumenta essa tendência.

O uso das redes sociais ainda é bastante recente e não existem estudos conclusivos sobre os efeitos que causam nas pessoas em longo prazo. Isso faz com que não seja possível determinar um tempo limite diário saudável para o uso. Porém, o fato da pessoa deixar de lado atividades em que se relacione pessoalmente com familiares e amigos para se dedicar por muito tempo ao computador ou celular pode configurar um sinal de alerta.

Falsa impressão de felicidade

O que se vê nas redes sociais muitas vezes é uma falsa impressão de felicidade, gerando frustração e sentimentos de inveja e até raiva naqueles que não vivem uma realidade tão feliz e perfeita. Somado a isto, vem o tempo valioso que se gasta navegando e que não traz nenhum benefício e ainda deixa a pessoa aborrecida.

Por outro lado, existem pessoas que, por apresentarem um quadro de depressão, refugiam-se nas redes sociais para criar vínculos de amizade que não conseguem estabelecer fisicamente.

O cuidado maior deve ser com os adolescentes que, por se encontrarem em uma fase de desenvolvimento das emoções e caráter, muitas vezes passam a considerar como regra aquilo que visualizam nas redes sociais. Ou seja: vida fácil e felicidade constante. Quando deparados com a realidade ficam frustrados e revoltados, estando suscetíveis à depressão.

Como equilibrar o uso das redes sociais?

Controle o tempo de acesso: faça um teste consigo mesmo! Anote todas as vezes que acessar as redes sociais e por quanto tempo ficou navegando. A partir daí, estabeleça limites diários e semanais, e procure não ultrapassá-los.

Tente vencer pequenos desafios pessoais: quando o autocontrole parecer um sonho distante, lance mão de pequenas metas, como dizer a si mesmo “apenas durante este jantar com meus amigos eu não vou mexer no celular” ou “vou passar um final de semana romântico e não vou entrar nas redes sociais por dois dias seguidos”. Cumpra esses desafios e veja qual foi o grau de dificuldade. Caso você não consiga, algumas medidas mais drásticas precisarão ser tomadas.

Peça ajuda: seus familiares e amigos podem auxiliá-lo a se afastar das redes sociais, mesmo que, para isso, sejam necessários os bloqueios de senha ou a apreensão do celular ou computador, pelo menos até você conseguir moderar os acessos.

Desative contas: se for preciso, adote uma medida radical e desative suas contas nas redes sociais por um tempo e mantenha o controle para não voltar a ativar enquanto não perceber que pode ter o domínio sobre o uso.

Ajuda do psicólogo

Ao perceber que nenhuma das atitudes mostradas tem efeito sobre o desequilíbrio causado pelo intenso acesso às redes sociais e a presença de alguma patologia mental, um psicólogo deve ser procurado para tratar dos problemas desencadeados por esse abuso virtual.

A terapia com um psicólogo fortalece os mecanismos de autocontrole para gerar um equilíbrio no uso das redes sociais, bem como trará a percepção de que nem tudo que se vê no Facebook ou Instagram é real. Cada um deve ser feliz da sua maneira, sem uma fórmula definida.

Autora: Thaiana Brotto (Psicóloga CRP 06/106524)

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