Devo procurar um psicólogo para o meu filho adolescente?
A adolescência é conhecida como a fase das mudanças. Nesse período, podem ocorrer diversos conflitos internos ou com os pais do adolescente. Por isso, entender o processo e considerar a ajuda de um psicólogo é essencial para lidar bem com o comportamento do seu filho.
Muitos adolescentes passam por essa fase de maneira tranquila, mas outros nem tanto. Saiba, neste texto, quando é o momento certo de buscar apoio psicológico para enfrentar os problemas vividos pelo seu filho ou filha adolescente.
O início da adolescência
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma pessoa se torna adolescente aos 10 anos de idade. Já para o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a fase começa aos 12 anos. A adolescência se estende até os 18 ou 20, mas esse período é bastante relativo.
Aliás, o adiantamento dessa fase é um assunto bastante discutido pelos pais. Para muitas pessoas, a ideia é de que as crianças estão se tornando adolescentes mais cedo preocupa mas, ao mesmo tempo, reflete a mudança de hábitos e costumes da sociedade.
Independentemente disso, o estágio exige total atenção dos pais, que devem acompanhar o desenvolvimento de seus filhos de perto. Lembre-se que para seu filho ou filha é ainda mais difícil, pois eles ainda se sentem crianças, mas querem ser adultos.
Atenção redobrada aos sinais
O período envolve um turbilhão de sentimentos e mudanças, sem contar a efervescência hormonal vivida tanto pelas meninas quanto pelos meninos. É nesse momento que os filhos passam a sentir vergonha ou a omitir fatos cotidianos da vida pessoal ou escolar.
Apesar de parecer estranho num primeiro momento, nada disso foge do normal. O foco deve estar nos excessos, como, por exemplo:
- Choros exacerbados e frequentes;
- Ansiedade fora do normal por qualquer situação;
- Falta de apetite ou recusa da alimentação diária;
- Isolamento constante, em casa e em outros ambientes;
- Atitudes automutilante (falaremos mais sobre isso),
- Irritabilidade descontrolada e que leva ao choro.
Um comportamento que causou alerta em escolas e famílias de todo o país recentemente foi o jogo conhecido como “baleia azul”. Essa situação pode exemplificar bem a necessidade de acompanhamento dos pais e do auxílio de psicólogos.
Os casos em que jovens se automutilaram ficaram conhecidos e levantaram o alerta: será que os adolescentes não estão se sentindo sozinhos? A solidão estaria causando uma identificação com a dor e com a morte, assunto tratado nesse “jogo”.
Os adolescentes e a terapia
Na pauta das sessões de psicoterapia com adolescentes, costumam figurar temas como autoconhecimento, inseguranças, medos, sexualidade, timidez e relacionamentos diversos. São temáticas dificilmente tratadas em casa, seja por falta de abertura ou costume.
As consultas com um psicólogo nessa fase podem, inclusive, aproximar os filhos e diminuir as crises familiares. Os pais, por sua vez, devem ter paciência e compreender todas as características naturais do período.
Por falar nisso, a terapia também pode ser feita pelos pais para amenizar os efeitos dessa transição. Afinal, os filhos, que até então estavam protegidos e vigiados 24h por dia, passam a ter interesses próprios – que devem ser respeitados.
Para que a psicoterapia tenha efeitos positivos, o adolescente precisa entender o processo e aceitar a ajuda. O auxílio dos pais nesse momento é fundamental para desmistificar a consulta com o psicólogo, que pode ser considerada como “algo para doentes mentais”, em tom pejorativo.
Lembrando que a terapia não é sinônimo de cura. O tratamento representa a busca pelo conhecimento interior, apontando quais são as mudanças típicas do adolescente e ensinando como lidar com todo esse turbilhão de sentimentos.
Autora: Thaiana Brotto (Psicóloga CRP 06/106524)
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